Relacionamento diário

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“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”

Mateus 6:7-8

Quantos de nós não fomos persistentes ao pedir alguma coisa aos nossos pais quando éramos crianças? Aquele enorme desejo de ganhar uma bicicleta, ou um brinquedo específico ficava em nossa mente e por isso constantemente ficávamos pedido eles. Porém, muitas vezes a resposta era a mesma: não. Talvez para nós, quando crianças, era inaceitável receber essa resposta, entretanto nossos pais sabiam o que era melhor para nós, bem como se podiam ou não nos dar aquilo. Agora, isso dependia exatamente do que era pedido e como, pois qual filho que pedisse ao pai que lhe contasse uma história, esse não a contaria? Ou para que explicasse porque as estrelas brilham, e esse não tentaria lhe explicar? Sim, muitas vezes precisávamos aprender a saber o que pedir, pois nem tudo era necessário. Uma prova disso é o hoje, continuamos aqui mesmo que muitos dos nossos pedidos não foram atendidos.

Jesus nos instrui a “não usar de vãs repetições…”, isso nos ensina o tipo de relacionamento que Deus quer ter em oração para conosco. Mas para entendermos melhor como esse relacionamento deve ser, é necessário olharmos como ele era antes do primeiro pecado do homem no jardim do éden, quando Adão e Eva “ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia…” (Gen 2:8). Certamente a voz do Senhor Deus já era bem conhecida de Adão e de Eva, pois a escutaram de longe, isso é o primeiro ponto que devemos observar: precisamos conhecer a Sua voz, e como ele fala, mesmo de longe, sem o ver. No entanto, há mais um ponto, por que Deus andava no jardim na viração do dia? Sim, embora não esteja mencionado que Ele fazia isso todos os dias é fácil compreendermos que era um ato constante, pois Adão O conhecia bem. Essa atitude de Deus demonstra que Ele não é alguém devemos buscar somente quando temos necessidade, mas sim, alguém que deseja ter um relacionamento diário, afinal era Ele quem ia ao jardim para conversar. Há talvez um terceiro ponto a ser mencionado: Por que Deus tinha o hábito de ir ao final do dia? Talvez o que John Stott disse possa responder essa pergunta: “os homens de Deus que mais tiveram suas vidas santificadas, não dormiam sem antes orar a Ele expondo-lhe os passo que deram naquele dia”.

Portanto, a nossa oração à Deus deve expressar o relacionamento Pai e filho adultos, onde o filho busca tanto os interesses do Pai como o Seu auxílio para suas necessidades diariamente. Sabe aquele momento de tomar um café em família? Ou o almoço em que todos sentam à mesa e conversam? A oração deve ser um momento de deleite, onde as primeiras palavras não deveriam ser “me da isso..”, “faz aquilo…” ou “resolve aquele problema…”. Deus não é como um supermercado que distribui mercadorias e muito menos um consultor pessoal que contratamos por um tempo para nos ajudar com algumas coisas. Mas sim, mais uma vez é necessário compreendermos que precisamos estar na posição de filhos arrependidos de seus pecados, filhos que nada merecem, mas que mesmo assim oram “porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”.

Quantos dias de nossa vida ainda passaremos sem orar? Ou pior sem considerar que esse Deus amoroso que quer ser chamado de Pai existe? Todos os dia Ele olha desde os céus para ver se há alguém que o busque, que o entenda, porém, que decepção que não há em Seu coração, porque todos se extraviaram (Sa 14:2-3). Ou será que crer na existência de Deus é um empecilho? Bem, leia o Salmo 19, e medite um pouco mais. Ou quem sabe leia sobre a vida de pessoas como C.S. Lewis, que quiseram provar a inexistência de Deus, e acabaram se rendendo a aquEle que existe e reina sobre todos.

É necessário lembrarmos das palavras de Jesus: “Que quer dizer, pois, o que está escrito: A pedra que os construtores rejeitaram, esta veio a ser a principal pedra, angular”? Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.” (Lc 20:17-18). A pedra que foi rejeitada é Cristo, mas, ela se tornou a principal pedra, sobre qual todos devem edificar suas vidas. Porém, se a rejeitarmos, não estamos pondo nossa vida em risco? Ou se desafiarmos, não prossegue o mesmo? Mas e se fizermos o oposto, dizendo: “Eu não te conheço e mal ouvi falar do Teu nome, me faz te conhecer e me transforma em um filho teu, pois diante de ti me arrependo de não crer”, não nos daria Ele uma nova vida? Sim! Não somente uma nova vida, como também um novo modo de viver, em comunhão com esse Amado Pai, para que diariamente desfrutemos desse relacionamento familiar.

Escrito por Antônio Carlos

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