“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;” (2 Timóteo 3:16 – ACF)
“Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo. Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de púrpura. Chegavam-se a ele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.”
João 19:1-3
É impossível lermos esse pequeno trecho das Escrituras e não imaginarmos a cena em que isso se passou. Pois conseguimos ver os vergões nas costas de Jesus escorrendo sangue, enquanto as cordas que amarram suas mãos já começam à abrir feridas na pele. Também conseguimos ver as pontas dos espinhos da coroa perfurando sua cabeça e o seu rosto já todo vermelho por causa do sangramento. Mas de igual forma, vemos um manto de púrpura sobre os Seus ombros, similar aos que os reis usavam, que também já está sendo manchado pelo Seu sangue. Apesar de tudo isso, ainda temos pessoas debochando de sua situação e dizendo: “salve, rei dos judeus”, enquanto Seu rosto ensanguentado sente a dor das bofetadas.
Será que conseguimos compreender o tamanho da dor que Jesus passou nesse momento? Será que temos corações capazes de nos colocarmos no lugar dEle para imaginar o que é passar por toda essa dor? Bem, talvez até possamos tentar fazer isso, mas ainda assim ficaremos aquém do que Ele realmente sofreu.
Entretanto, a maior dor de Jesus ainda estava por vir, pois Ele estava prestes a perder o contato com Deus o Pai, pois seria pendurado no madeiro como o maior pecador. Sim! Como o maior, pois sobre os Seus ombros foram postos todos os pecados, inclusive o meu e o seu. À esse ponto Deus já não poderia mais suportar um Filho com tamanha iniquidade, e mesmo como Pai, escondeu Sua face de Jesus e o deixou na cruz, quando se ouviram as palavras “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mat 27:46).
A cruz para Jesus não foi somente um momento de dor física, mas sim de abandono e de solidão. O fato de perder a comunhão com a face do Pai era algo novo para Jesus, era algo que quebraria a ligação da trindade de Deus. Jesus estava naquele momento sendo o Cordeiro inocente, sobre o qual recairia a culpa dos pecados de toda humanidade.
Entretanto Jesus não foi à cruz compulsoriamente, mas sim por saber que esta era a vontade de Deus, então Ele se oferece a si mesmo voluntariamente como oferta, a fim que o propósito de Deus seja estabelecido e o homem caído possa ser restaurado. Sim! É exatamente isso! Jesus escolheu a cruz, e Deus como pai entregou Seu próprio Filho para ser crucificado.
Tudo isso ocorreu porque Ele ama, a mim, a você e a todas as demais pessoas, e deseja que sejamos salvos. Assim nos resta participarmos dos sofrimentos de Cristo, não somente imaginando o que Ele passou, mas sim nos colocando em um lugar de submissão à vontade de Deus, nos arrependendo de tal maneira que reconheçamos que nossos pecados também foram levados na cruz.
Se a cruz de Jesus não significou somente a Sua dor, mas também a maior demonstração de obediência e submissão a Deus, devemos então andar como Ele também andou, pois Ele morreu por nós, mas também ressuscitou por nós. Ele foi à cruz nos mostrando o caminho, assim devemos também andar nesse caminho. Ele deixou a morte na cruz, para ressuscitar glorificado, assim também nós, devemos deixar tudo, nossos pecados, nosso eu, nosso orgulho e nossa própria vida, na mesma cruz de Cristo para que possamos, naquEle dia também ressuscitarmos nEle, santificados e em glória.