Poderíamos ser perfeitos?

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“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”

Mateus 5:48

Ao tentarmos listar os atributos de Deus nos depararemos em uma imensa lista, onde nos faltarão palavras e meios de descrevê-los. Por isso podemos concluir que se já somos incapazes de tão somente fazer isso, quanto mais seremos de alcançar a perfeição que Ele tem. Entretanto é exatamente isso que Jesus ensina ser necessário: “Sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste”.

Ninguém se torna médico, sem antes estudar, praticar e conhecer profundamente o que irá fazer. Mas mesmo assim, haverá um período de insegurança, porém com o passar do tempo, a experiência aumentará junto do conhecimento, assim exercer sua profissão será cada vez mais tranquilo e seguro. Entretanto, esse médico precisará constantemente estar estudando, como um aluno para nunca ficar desatualizado. Olhando para isso, precisamos nos questionar: Como nos aproximaremos dessa perfeição sem nem conhecê-lo plenamente? Sim, conhecimento de Deus é necessário, e quanto mais O buscarmos, muito mais veremos o contraste entre o que somos e o que Ele é, por isso se faz necessário que sempre reconheçamos que somos pecadores. Desse modo, estaremos contemplando a santidade e perfeição de Deus, convictos de nosso pecado, fato que nos leva a reconhecer a necessidade de mudarmos de vida, pois se endurecermos o nosso coração e não aceitarmos ser ensinados nem corrigidos jamais seremos participantes da Sua santidade (Hb 12:10). Portanto, Deus quer nos colocar na posição de alunos, a fim de conhecermos Sua matéria: Cristo (Ef 4:20).

Quando nos colocamos na posição de aprendizes diante do nosso Tutor Celestial, não podemos ficar indiferentes, mas sim, dia após dia, passo após passo, fé após fé, iremos conhecendo-o cada vez mais, pois Ele se revela por meio de tudo que deseja nos ensinar. De fato, é necessário nos debruçarmos sobre a Sua Palavra e pedirmos: “Professor, me ensina a ler e compreender essa matéria, não sou capaz de fazer isso, mas Tu podes me explicar da melhor maneira possível, porque conheces bem o teu aluno”.

“O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lc 6:40). Jesus enfatiza a necessidade de sermos instruídos, e por isso devemos aceitar a instrução, não como uma obrigação, mas sim com agrado. Assim, o efeito da instrução não resulta somente em um conhecimento intelectual, mas sim em mudança comportamental e moral, o que por fim altera também a nossa condição espiritual. E isso tudo só pode ocorrer com esse Mestre: Jesus, porque Ele “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15).

Quando aceitamos o ensino de Cristo, necessariamente devemos reconhecer que andamos por caminhos errados e que somos incapazes de corrigir nossos erros, desse modo se faz necessário buscar auxilio nEle para mudar, assim é que começamos a nos despir “do velho homem com os seus feitos” e nos revestir do “novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3:9-10). Por isso, em cada área da nossa vida que entregarmos a Ele, acabaremos deixando de realizar as nossas vontades e desejos para colocar as decisões nas mãos daquEle que é Mestre, assim as atitudes já não vão mais sendo nossas, mas sim dEle.

Esse é o efeito da conversão! Assim como Jesus foi à cruz para nos substituir na morte para que não perecêssemos eternamente (Jo 3:16), também Ele precisa crescer na vida de cada um que reconhece diante dEle estar perdido. Porque “ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (1Co 5:15). Sim! Não ninguém deveria viver mais por si mesmo! Mas todos deveriam chegar ao pleno conhecimento de Deus e a Jesus Cristo que é Senhor! Porque sem Ele não há vida nem eternidade. Portanto quando a vontade de Deus é realizada em nossas vidas por meio de Cristo, já não somos mais nós, mas sim Ele quem o faz, assim a Sua perfeição é manifesta em nós. Portanto concluímos que a nossa vida deve expressar as palavras de Paulo: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gal 2:20).

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