Fé: será sempre necessária?

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“… quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”

Lucas 18:8

Havia um pai de família que tinha muitos filhos e filhas, porém todos estes moravam muito distantes, e desde cedo já não conviviam mais com ele, exceto o irmão mais velho, que permaneceu em casa junto de seu pai. Esse pai, pela saudade que tinha de cada um deles, enviava periodicamente mensagens por meio de pessoas a cada um deles, descrevendo o seu amor e desejo de vê-los. Assim se passaram os anos e depois de muito tempo, o pai enviou esse filho mais velho a todos os irmãos que viviam longe para chamá-los a festejar o casamento deste. Porém ao chegar na casa de cada um deles, teve uma grande surpresa, pois não mais os conheciam. Alguns fugiram de diante dele, outros disseram que tinham pais adotivos e eram de outra família, enquanto ainda outros estavam demais ocupados com seus afazeres e nem quiseram o receber. Entretanto, dentre todos os filhos, pouquíssimos o receberam com alegria e largaram tudo para fazer essa viagem de retorno para casa, a fim de participar dessa festa que o pai daria ao irmão mais velho. Esses, pois, eram os que mandavam cartas à seu pai dizendo que estavam com saudades e que o aguardavam. Aquele pai, ao ouvir o relato do filho depois do seu retorno, ficou muito triste com o desprezo da maioria deles, pois sempre esteve disposto para os perdoar por nunca terem o procurado, entretanto, ao tomar conhecimento de tudo o que acontecera, disse: “nunca mais os visitarei, e nunca mais verão a minha face, mas quanto a vocês que vieram alegremo-nos e festejemos as bodas do meu filho”.

Não temos conhecimento de uma história real como esta entre os homens, porém ela ilustra tanto o desgosto e dor, como a alegria que haverá no coração de Deus ao enviar o Seu Filho Jesus pela segunda vez a este mundo. Na primeira vinda Ele veio como um cordeiro, humilde, rejeitado, que se submeteu ao julgamento de homens, e morreu, porém sempre estando debaixo da vontade do Pai. Entretanto Ele irá voltar, com poder e grande glória, a fim de reunir todos os Seus irmãos para a festa das Suas bodas, que há de ser celebrada na presença do Pai.

Você acredita que Jesus veio ao mundo e nasceu de uma mulher virgem? Você acredita que Ele foi torturado e morto, mas ressuscitou três dias depois? Você acredita que após ascender ao céu, Ele enviou o Espírito Santo à terra para habitar em todos os que se arrependeram e nEle creem? Você acredita que Ele está prestes à voltar pela segunda vez? Se caso sim, analise-se sobre o quanto aguarda por Ele? Se deseja muito O ver, ou se teria medo de ser surpreendido pelo ressoar de uma trombeta que anuncia o Seu retorno.

Ao Jesus voltar, “achará, porventura fé na terra?” Quanta dor não há no coração de Deus, ao ver tantos que o rejeitam, mesmo depois de toda obra feita por Cristo na cruz para os resgatar? Jesus, quando se aproximava de Jerusalém contemplou a cidade e chorou (Lc 19:41-44), pois Ele sabia tudo que o Pai já tinha feito em todas épocas passadas para tentar fazê-la se arrepender, mas também sabia tudo que acontecerá em função da rejeição de Deus e do Seu Filho.

Deste modo Jesus aguarda que Sua noiva esteja ataviada e pronta para as bodas, estando sem mácula, ruga ou coisa semelhante, sim, Ele aguarda que aqueles que o amam já não desejem mais nada nesse mundo, senão o noivo. Jesus porém também aguarda que o Evangelho do Reino seja pregado por todo o mundo, Ele aguarda que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Mas afinal o que Jesus Cristo faz enquanto aguarda todas essas coisas? Ele intercede juntamente ao Pai, por todos nós! (Ap 19:7; Ef 5:27, Mat 24:14, Heb 10:13, Rom 8:27).

“Meu Pai trabalha até agora e Eu trabalho também”(Jo 5:17), disse Jesus, pois “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Ti 2:4). Ele intercede por nós, assim como Ele fez por Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lu 22:31-32). Porque como Pedro, todos somos diariamente induzidos ao pecado, ao erro e ao afastamento de Deus.

“Recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:3). Paulo testemunha dos tessalonicenses, o como aguardavam o Senhor, e por isso teve a graça de lhes escrever duas epístolas, onde uma delas trata justamente da volta de Cristo. Por isso, assim como Eles, todos devemos ter essa expectativa, com uma fé operante e não estática, com abnegação do amor próprio e uma firme esperança em Jesus Cristo, a fim de que quando Ele voltar possa encontrar fé em cada um de nós. Estejamos pois sendo sóbrios e vigilantes, pois depois que Ele voltar, não mais precisaremos da fé, pois restará somente o amor pois estaremos com Cristo para sempre.

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