Fé: Como não naufragar?

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“Este é o dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, segundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: combate, firmado nelas, o bom combate, mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé”

1 Timóteo 1:18-19

Não somos Timóteo, mas com certeza a mesma instrução de Paulo chegou até nós porque o Espírito Santo assim desejou, e por isso nos serve como um norte para tomarmos caminho. Por esse motivo, talvez Paulo não poderia ter escolhido melhor figura para ilustrar a vida dos que abandonaram a fé em Deus por meio de Cristo Jesus: um navio naufragando.

De fato, se você creu em Jesus como Seu Salvador e têm convicção de que é um pecador debaixo da graça de Deus, então você é mais um capitão de um navio em meio ao mar. Nossa vida é governada pelas nossas decisões e atitudes, que viram o leme desse embarcação para onde nossa mente ordenar, porém sabemos que ninguém entra ao mar sem saber para onde vai, mas sim com o objetivo de chegar a algum lugar específico. Portanto, é deste modo que a vida de cada Cristão deve ser, tendo o objetivo de se aproximar cada vez mais do Seu Mestre: Jesus.

Entretanto em meio ao mar surgirão diversas dificuldades, pois haverão tempestades, frio, perigo de morte, e sem falar dos problemas que podem acontecer com nosso próprio navio, pois se não fizermos manutenção dele, o leme pode quebrar, as velas rasgarem, os mastros racharem e assim perdermos completamente a capacidade de seguir adiante. Sim! Nós, os que cremos em Jesus somos como navios em meio ao mar navegando em direção à Jesus, navios que flutuam por meio da fé, e que também por Ele irão enfrentar tudo que vier pela frente, a fim de resistir em toda e qualquer situação que houver. Pois podemos até ser sacudidos pelas ondas, mas sabemos quem é O nosso Guardador.

Portanto precisamos fortalecer a nossa fé a fim de que não venhamos a naufragar, por esta causa Paulo nos lembra que “alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé”. Para compreender o que ele que nos dizer, precisamos lembrar que após o primeiro pecado, a comunhão entre o espírito do homem e Deus ficou limitada, restando apenas um pequeno canal aberto: a consciência. É por meio dela que ainda podemos ser tocados pelo nosso Criador, entretanto se ainda este canal for fechado, que esperança restará ao homem?

Tanto Paulo como Pedro alertam sobre esse perigo por pelo menos 18 vezes entre os seus escritos, para estarmos atentos à nossa consciência. Porém não uma mera consciência natural, mas diante de Deus, “porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com santidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria humana, mas, na graça divina, temos vivido no mundo…” (2Co 1:12).

Todos nós já tivemos um “peso na consciência” após tomarmos uma atitude que, ao nossos olhos parecia correta, porém no final, o resultado daquilo ficou nos incomodando, bem como “martelando na nossa cabeça”. Quando nos rendemos à Cristo recebemos o Seu Espírito Santo para que não andemos mais em pecado, mas sim em novidade de vida, e assim nossas atitudes devem ser sempre condizentes com a santidade requerida por Deus, a fim de andarmos sinceramente diante dEle. Sabe esse “peso na consciencia”? Ele pode nos mostrar que estamos nos afastando de Deus, que nossas atitudes de vida não condizem com o perfil de pessoas tementes à Ele, que estamos indo por um caminho de pecado, que a nossa vontade, apesar de digna, pode não ser a mesma de Deus, enfim, tantas coisas.

Deus procura pessoas com sensibilidade, que estão atentas ao Seu falar, e que O buscam a fim de serem cheios do conhecimento da Sua vontade para andar de maneira digna (Col 1:9). Pois muitas vezes não vemos que a vela do nosso navio está rasgando, mas Ele pode estar querendo nos avisar disso, as vezes podemos ter carregado demais nosso navio com coisas do mundo, e ele está quase naufragando, e nem nos damos conta que estamos andando muito lentamente, mas Ele pode estar nos avisando disso. Sim! Ele é O guia, O caminho, O destino final, O farol, para o qual e pelo qual devemos navegar. Portanto nos resta mantermos viva essa comunhão, a fim de nunca sermos enganados e nem distraídos pelos “seres viventes do mar”, que procuram incessantemente nos dizer: “vai como você está, está indo bem”, “todos os caminhos vão te fazer chegar lá”, ou “não se esforce tanto, sei que esta cansado, fique aqui um pouco”. Sim! Devemos ter cuidado, pois caso cairmos nas ciladas do inimigo, podemos ter a consciência cauterizada, e sermos incapazes de retornar ao verdadeiro caminho (1Ti 4:1-2).

Então, o que precisamos? Santificar “a Cristo, como Senhor, em nossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal” (1Pe 3:15-17).

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