“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16 – NVI)
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”
Mateus 5:3
Este versículo é muito consolador, porém ao mesmo tempo também é profundo e nos sonda mais que podemos imaginar. Muitos de nós já passamos por situações em que fomos humilhados, nos sentimos inferiores a alguém ou até tivemos o real sentimento de nossa insignificância, pois bem, estas são algumas situações que podem despertar em nós um certo sentimento de humildade. Porém não é esse tipo de humildade que Jesus falou, pois não será por meio desse tipo de atitude que poderemos ser pertencentes ao Reino dos Céus.
Jesus menciona os humildes de espírito, ora, se a humildade necessária é no espírito, já não estamos mais falando de um sentimento, mas sim de uma percepção espiritual. Por exemplo, se eu estiver diante de uma pessoa de poder, me sentirei humilde, porém para ter humildade em espírito, isso não poderá ocorrer somente diante de uma pessoa, mas sim, em primeiro lugar, diante de Deus.
Talvez aqui cabe uma pergunta: “como poderei ser humilde no espírito?”, bem, essa resposta está muito bem explicada por toda a Bíblia. Primeiro, é necessário uma profunda convicção de que somos pecadores e do estrago que o pecado causou em nós, e em segundo lugar, precisamos ter um arrependimento genuíno de nossos pecados diante de Deus.
Somente podemos entender que temos uma real humildade em nossos corações quando estivermos prostrados diante de Deus, compreendendo que não somos nada além de pecadores, mas que Deus é santo e todo-poderoso, pois assim acabaremos considerando não somente Deus mas os outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3). Esse posicionamento irá nos conduzir a sermos isentos de autodependência, autoconfiança e orgulho pessoal, isso porque entenderemos que em nós “não habita bem algum” (Ro 7:18).
Mas enquanto nós podemos estar perguntando: “mas e os meus problemas? E as coisas que estou passando?”, de outro lado Deus poderia estar nos perguntando: “você não confia em si mesmo? Prossiga com sua capacidade! Você não era independente? Aja por si mesmo! Você não tem orgulho de quem é? Prove que é quem diz ser!”. É verdade! Quando colocamos as nossas razões diante de Deus o jogo vira!
Não há nada melhor para fazermos diante das nossas dificuldades do que nos prostrarmos diante de Deus para contemplar Sua santidade. Quanto mais O vermos e O conhecermos, não só entenderemos que todas nossas causas são tão injustas, como também perceberemos que tudo o que queremos é tão insignificante diante de tudo aquilo que Ele quer nos dar: o reino dos céus. Portanto, não posso escolher ser humilde e assim tentar agir, mas sim, eu posso escolher me arrepender dos meus pecados e assim ser transformado pela graça de Deus em um homem humilde de espírito!
Que jamais tenhamos um coração insensível, orgulhoso, auto-confiante e auto-dependente, de maneira que nunca venhamos a nos prostrar aos pés daquele que se entregou na cruz como o maior exemplo de humildade.