“Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”

Mateus 3:7-8

O homem sempre teve um desejo interno de ser reconhecido pelos outros. Quem não gosta de receber elogios, palavras de agradecimento, ou mesmo o simples reconhecimento por alguma atitude? Com certeza gostamos disso, nosso coração se alegra e nos motiva a sermos mais ativos.

Muitos de nossos atos são perfeitamente lícitos e bons para a sociedade, os quais resultam em sorrisos e alegria aos outros, com isso nosso coração se alegra muito! Entretanto quando não somos valorizados, nos frustramos ou até ficamos amargurados. Então podemos concluir que o maior desejo nosso não era agradar aos outros, mas a nós mesmos.

Os fariseus e saduceu eram pessoas assim, eles tinham uma necessidade interior de serem reconhecidos. Eles queriam expor aos homens o quanto eram misericordiosos e fiéis à Deus. E por esse motivo iam até João a fim de serem batizados junto do povo. Porém eles faziam isso tão somente para demonstrar uma “empatia” com os seguidores de João, porque estes estavam crendo que João era um profeta por causa das palavras que dizia.

João conhecia o coração deles, João sabia qual era a intenção dos fariseus e saduceus ao se batizarem. Por isso ele alerta essas pessoas sobre o genuíno arrependimento, para que não fossem batizados com o objetivo de mostrar ao povo que concordavam com a pregação de João e que estavam arrependidos. Pois isso o próprio Jesus os chama de hipócritas (Mateus 6), ou seja, pessoas que somente faziam transparecer uma coisa, mas no seu interior agiam totalmente diferente, mantendo um orgulho tão grande no coração que João os considera como uma raça de víboras.

Podemos considerar esses fariseus como pessoas falsas e sem caráter por agirem assim. Entretanto, será que não somos nem um pouco parecidos com eles? Eles agiam para serem reconhecidos, mas nós também fazemos isso. Eles demonstravam uma concordância entre os seguidores de João, mas longe duvidavam de suas palavras, já nós, será que quando vamos à igreja não concordamos com tudo que é pregado e depois agimos diferente, ou até questionamos? Ah quanta hipocrisia nos nossos corações! Tudo porque amamos a nós mesmos e queremos ser reconhecidos!

Assim o questionamento de João vale para nós: “quem vos induziu a fugir da irá vindoura?”. Diante dessa pergunta talvez todos iríamos querer lançar a culpa em nossa sociedade, nos nossos pais ou talvez até na escola e amigos por terem nos induzido a agir assim. Mas a Bíblia é clara: “porque do coração procedem os maus desígnios” (Mateus 15:14). O nosso próprio coração nos faz fugir de Deus, nos faz fugir do arrependimento! Porém enquanto há tempo, vamos deixar de ser hipócritas para sermos sinceros e enfrentarmos a nós mesmos, a fim de que não soframos a ira vindoura, atendendo o pedido: “produzi pois frutos dignos de arrependimento”.