“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.” (Lucas 19:10 – ACF)
“Portanto, vós orareis assim…”
Mateus 6:9a
Como é bom sabermos que Deus quer manter um relacionamento aberto e ativo conosco, e este é o motivo pelo qual Cristo nos ensina a orarmos. Primeiro Ele nos mostra que o local ideal para manter essa comunhão é justamente aquele lugar em que podemos ficar sozinhos e sem nenhum tipo de perturbação, onde ninguém mais nos vê, senão o Pai (Mat 6:6). Posteriormente Ele nos instrui a orarmos diretamente ao Pai e a mais ninguém (v6), porém, sem ficar fazendo repetições, o que Ele claramente mostra ser em vão (Mat 6:7).
Entretanto após isso Ele fala: “portanto, vós orareis assim…”, e começa a dar as instruções de quais são os principais conteúdos que devem ocupar a primazia de nossas orações. Nesses “tópicos” não veremos coisas do tipo: “resolve meus problemas” ou “me da isso” e nem “faça aquilo”, pois a respeito dessas coisas Ele trata mais à frente no mesmo capítulo (6) e mostra claramente que Deus as cuida indiferentemente de orarmos sobre isso ou não, porém a Sua ação é principalmente movida pela nossa vida de comunhão com Ele.
Quando Jesus ensina a orar, Ele não lança palavras ao vento e espera que pessoas possam as capturar e entender, não, mas o que Ele faz é direcionar as Suas Palavras à aqueles que se assentam para ouvir e que querem aprender dEle (Mat 5:1; 11:29). Esse é o motivo pelo qual Jesus disse: “portanto, vós orareis assim…”, mas vós quem? Aqui se incluem todos aqueles que estavam junto dEle no dia em que isso ocorreu, mas também todos os outros que se “assentam” para ler, ouvir e aprender esse ensino que Ele tem para nos dar. Ou seja, podemos ou não estar incluídos nesse “vós”. Por isso é necessário que levantemos alguns questionamentos: Será que temos desejado aprender a orar? Será que temos ido a Deus com nossos “interesses”, sem nem ao menos tentar compreender qual é o objetivo do Senhor para conosco? Temos nos colocado na posição de filhos que querem obedecer ao Pai? Pense! Muitas vezes nem expressamos palavras, mas nossos pensamentos dizem “Ah Deus, você podia fazer isso ou aquilo”, sim, esse tipo de atitude revela nossa imaturidade e a falta de uma vida de relacionamento com Deus. Assim mais uma vez concluímos que é necessário aprendermos de Cristo o modo que devemos nos achegarmos ao Pai.
Ah! O que seriamos se não fosse o Senhor Jesus? Além de Sua maravilhosa obra na cruz, em que se entregou voluntariamente para que o Seu sangue fosse derramado a fim de nos conceder a remissão dos nossos pecados, Ele também nos trouxe o Seu Espírito Santo, o Seu Evangelho, o Seu ensino, a Sua Vida, enfim tantas coisas! Somos gratos a Ele, por tudo que fez, mas também porque ainda faz por nossas vidas hoje, pois deseja que todos sejamos não somente salvos, mas sim, que cheguemos ao pleno conhecimento de Deus (1Ti 2:4).
Ao lermos as palavras de João: “Aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai” (1Jo 2:23), também precisamos compreender essa passagem: “Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.” (João 14:8-11). Quando Jesus nos ensina, seja o que for, Ele sempre ensina com a mesma autoridade de Deus, pois suas Palavras não são de si mesmo mas sim do Pai, o que somente é possível porque Ele é 100% homem, mas também 100% Deus, o Verbo (Palavra) encarnada, o Deus unigênito que compões a trindade eterna. Sim! Quanta autoridade há em Jesus, por isso não podemos ignorar nenhum dos Seus ensinos.
Se Ele disse “vós orareis assim…”, é porque conhece o Pai e por isso também afirma: “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome.” (Jo 16:23). Ao lermos isso, mais uma vez precisamos afirmar: Sim! O nome de Jesus é o único que realmente nos concede essa “autorização” e intrepidez de nos achegarmos ao Pai, porque Ele próprio é o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele (Jo 14:6).
Portanto, precisamos deixar de lado nossos esforços e tentativas de acertar, bem como o que achamos que sabemos de Deus, nos humilhando diante dEle, para pedir perdão, a fim de aprendermos viver uma nova vida, que somente pode concedida por Ele, uma vida de oração e comunhão com o Deus.