“Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.”

Mateus 4:8

Não podemos negar que por causa da nossa natureza humana sentimos uma necessidade de reconhecimento, seja por uma atitude que tomamos, seja por algo que conseguimos, ou pela posição que conquistamos, enfim pode ser por tantas coisas. Desde a antiguidade, cerca de 4000 anos atrás o faraó no Egito tinha uma ambição, onde não bastava ser reconhecido como aquele que reinava, mas queria ser chamado de Deus. Cerca de 1300 anos depois o rei da babilônia, Nabucodonosor também teve a mesma audácia, sujeitando à morte quem assim não o reconhecesse.

Em ambos os casos vemos uma coisa interessante: quanto mais alto o nível que a pessoa alcança ainda mais reconhecimento ela quer ter, esse foi o ponto de tropeço do próprio satanás, por isso foi escrito: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor” (Ez 28:17). Por isso qualquer tipo de reconhecimento que recebemos serve de combustível para que façamos coisas para buscar ainda mais esse “benefício”.

A mesma essência maligna que criou o primeiro pecado no mundo espiritual nasceu no orgulho de satanás por ser um querubim formoso e cheio de luz. Porém esse mesmo querubim não se contentou em carregar consigo um terço dos anjos de Deus em desobediência, mas também induziu o homem ao mesmo erro. Em Gênesis 3:5, vemos o que ele disse para Adão “no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal”, quando satanás fala que Adão será “como Deus” está o induzido a ambicionar uma posição superior, porém não só um pouco maior, mas sim a de Deus, e por isso o primeiro pecado não foi tão somente o comer de um fruto proibido, mas sim um problema de orgulho e moralidade que foram despertados no coração do homem.

Mas e o que aconteceu então? Desde Adão, todos homens acabaram assim fazendo e por esse motivo pecando, por isso, para que não adoraremos e nem nos prostremos perante o inimigo, devemos fazer o que Jesus deu como resposta à pergunta de satanás: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”.

A adoração é a chave para nos afastarmos do pecado, pois pela nossa adoração mostramos onde está o nosso coração e para onde nosso orgulho tende. Sendo assim, se nosso coração está em Deus, o adoraremos e somente à Ele daremos culto, porém isso só é possível fazer de fato, se nos despirmos de todo orgulho e desejo de reconhecimento, pois precisamos reconhecê-lo como Deus e, quando fazemos isso contemplando-o por Sua formosura entendemos que nada mais resta de reconhecimento para nós. Então nos dobramos perante Ele e o adoramos.

Que nos nossos dias possamos ser sensíveis e entender que Deus é quem reina, pois em meio à toda essa dificuldade Ele quer tocar muitos corações, sejam orgulhosos ou humildes para que não se prostrem aos senhores desse mundo e muito menos que se ensoberbeçam, porque como disse, Deus é quem reina.